"When your lips are on my lips, then our hearts beat as one..." - Give Your Heart a Break.
Ano de 2008 – 2/2
O seu olhar era de espanto e ódio, ele não havia me encontrado, o que era uma coisa boa.- Vamos dá o fora daqui – sussurrei e nem esperei sua resposta, apenas peguei em sua mão e corri em direção a saída, sem olhar para trás, saímos pela porta dos fundos e corremos até meu carro.
- Você tá louca?! Deixar aquele pessoal lá com seu pai?! – Demi disse enquanto procurava as chaves do carro pelo mesmo – (SeuNome), eu estou falando com você!
- Não tenho tempo agora – disse achando a chave no porta luvas – Isso!
- Você se drogou, só pode – ela disse balançando a cabeça negativamente.
- Iremos conversar, só que não agora – disse ligando o carro e saindo dali.
- Calma, garota! Você vai nos matar! – ela pedia, porém era tanta adrenalina correndo em minhas veias que eu mal a ouvia, respirei fundo e diminui a velocidade – Seu pai vai te matar.
- Eu sei disso – respondi e comecei a sorrir, logo Demi também estava sorrindo – Ele deve esta expulsando os nossos convidados aos tapas.
- Saiam daqui crianças malditas! – Demi disse imitando sua voz.
- Saiam daqui, mas não pisem no meu lindo carpete – disse sorrindo. Ficamos fazendo esse “jogo” até finalmente pararmos no monte onde estávamos no começo do dia.
- Você nunca mais irá pisar na sua casa novamente – Demi disse saindo do carro.
- Nunca mais irei pisar aqui – respondi sentando-me no capô do carro, logo Demi fez o mesmo. Ficamos em silencio por alguns minutos, tentando se recompor do que tinha acabado de acontecer.
- Mas uma coisa eu o agradeço – Demi disse depois de um tempo – Ele impediu que você ficasse com Natalie. A Natalie, (SeuNome), serio mesmo?
- Qual o problema? Eu fui a fim dela, lembra? E você sempre dizia que eu deveria falar com ela.
- Naquele tempo, hoje em dia ela é uma vadia – Demi disse – Ela não é mulher para você.
- E quem é mulher para mim, Demi? – perguntei encarando-a, Demi engoliu o seco e desviou o olhar.
- E além disso, o que você vê nela? – Demi perguntou.
- O que você vê no Alex? – rebati.
- Estamos falando da Natalie, não do Alex – ela respondeu olhando-me.
- Certo, chorona – disse sorrindo e logo Demi me deu um tapa no braço – Mas respondendo sua pergunta, ela é bem gostosa.
- Gostosa? Ela é uma vareta! – Demi disse, fazendo com que eu sorrisse.
- Quer saber de uma coisa? Você esta com ciúmes – disse e a vi arquear as sobrancelhas.
- Ciúmes? De você? Vai sonhando – ela disse olhando para frente, mordi o lábio e aproximei-me do seu ouvido.
- Admita, Demetria – sussurrei – Você morre de ciúmes de mim.
- Vai... – ela disse virando-se, quando percebi já estava centímetros de seu rosto, não sabia se encarava seus olhos ou seus lábios. Demi para mim era uma irmã, sempre foi, mas depois desse ano que passamos sem nos ver, ela tinha mudado. Eu não a via como uma irmã, eu a via com uma mulher.
- Aposto que o meu beijo é melhor que o dela – Demi sussurrou.
- Eu aposto que não, afinal nunca experimentei – respondi e apenas senti seus lábios colidirem com os meus. Eu nunca havia pensando em beijar Demi, sinceramente. Nem quando estava começando a me descobrir, eu nunca pensei nela desse jeito. Mas hoje, ali, com nossas línguas tocando-se suavemente, como se fosse feitas uma para a outra, eu pensei nela desse jeito. Por impulso, peguei em sua cintura e a apertei contra mim, Demi passou uma perna por um lado de minha cintura, ficando sentada em meu colo. Seus braços estavam em meus cabelos, puxando-o fazendo-me dá gemidos, enquanto minhas mãos subiam e desciam pela lateral da sua cintura. Então aquilo começou a ficar intenso, estava começando a ficar excitada e com certeza Demi também, foi quando separamos o beijo pela falta de ar. Demi rapidamente saiu do meu colo, voltando a sentar-se ao meu lado. Ficamos em silencio por alguns minutos, tanto eu quanto Demi tentávamos nos recompor do que havia acontecido.
- Acho que bebemos demais – ela sussurrou com a voz falha.
- Acho que nunca estive tão sóbria em toda minha vida – disse olhando para frente.
***
Naquele dia, quase que dormir no carro. Não poderia voltar para casa, meu pai com certeza estaria me esperando e não poderia dormir na casa, principalmente no quarto de Demi depois do que tinha acontecido. Enquanto dirigia até a casa de Demi, o clima ficou tenso entre nós duas, o beijo tinha mexido com ambas.
Não consegui dormir, afinal estava desconfortável no carro e ainda não parava de pensar no beijo, de como me senti ao ter os lábios de Demi, o corpo dela... Estava tão confusa que nem vi quando alguém se aproximou do carro e deu algumas batidinhas na janela.
- Se quiser roubar alguma coisa, fique sabendo que estou armada – disse olhando para a sobra do vidro.
- Não, você não esta – reconheci a voz, ajeitei-me e baixei o vidro.
- Que susto garota, quer me matar?
- Matar você seria uma pena – Demi respondeu sorrindo.
- O que faz aqui? – perguntei abrindo a porta do banco de trás, vendo-a entrar.
- Não consigo dormir – ela disse assim que se sentou ao meu lado, mantendo certa distancia. – Minha consciência esta pesando, tenho uma cama confortável lá em cima, enquanto você tem esse banco duro.
- Que prestativa – disse debochando.
- Você é muito difícil de agradar, pelo amor de Deus – ela disse – Quer dormir comigo lá em cima, sim ou não?
- Rápida você, não?
- Palhaça você, não? – ela rebateu, balancei a cabeça negativamente e assenti.
- É um banco duro mesmo, prefiro sua caminha quentinha – disse e a vi sorrir – Mas nada de se aproveitar de mim.
- Digo o mesmo – ela respondeu e seguimos até seu quarto, estava fazendo piadinhas, mas aquele beijo ainda não saia da minha cabeça, Demi deitou-se primeiro e pude ver o shortinho que ela usava, mordi o lábio tirando os pensamentos impróprios de minha mente.
- Vai ficar ai mesmo? – ela disse olhando-me, assenti e deitei-me ao seu lado, encolhendo-me de um lado da cama, Demi olhou-me com as sobrancelhas arqueadas. – O que esta acontecendo com você? Quando dormíamos juntas, era eu quem me encolhia, porque você sempre tomava a metade da cama.
Ajeitei-me na cama e virei-me, estava de frente para Demi, conseguia ouvir sua respiração.
- Você vai embora amanhã? – ela perguntou e senti seus pés se entrelaçarem nos meus, como fazíamos antigamente.
- Tenho que ir – respondi olhando-a.
- Não quero que você vá – ela sussurrou baixinho.
- Não quero te deixar aqui – disse e senti que ela se aproximava de mim – Mas você pode vim comigo.
- Não posso.
- Porque não? Sei que medicina não é o que você quer, Demi – sussurrei – Meus companheiros de quarto iram se mudar, não quero ficar naquele apartamento sozinha.
- (SeuNome), você sabe que eu não posso, meus pais... – ela começou, porém eu logo a interrompi.
- Seus pais não deixariam, eu sei, você já me disse – respondi – Mas você tem 21 agora, atingiu a maioridade.
- Não vamos falar sobre isso agora, por favor – ela pediu, suspirei e ficamos em silencio. – Foi perfeita.
- A festa? Foi um desastre, isso sim, meu pai apareceu e... – comecei, mas Demi interrompeu.
- Não estou falando da festa – ela respondeu baixinho, como se estivesse contado um segredo e aquele quarto estivesse lotado de pessoas, abri um enorme sorriso e senti seus lábios em contado com os meus, porém não passou disso.
- Boa noite – ela sussurrou e por fim, senti virar-se, aproximei-me do seu corpo e passei meus braços por sua cintura.
- Boa noite. – e mal sabia eu que dormiria assim para sempre, pelo menos antes de tudo começar a desmoronar.
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