21 de out. de 2014

3.

"I need a light to take me home" - Nightingale.

 2002.
 Eu e Demi tínhamos 16 e 15 respectivamente. Era dia de prova, a ultima para as férias de verão. Demi não havia estudado porque ela tinha saído com Alex, o crush dela naquela época.
- (SeuNome), ou melhor, salvação da minha vida – ela disse andando em minha direção.
- Já podemos ver que a senhorita Lovato não estudou.
- Não, mas você sabe o motivo – ela disse dando um sorrisinho malicioso.
- E falando em “motivo” – disse fazendo aspas e começando a andar – Como foi?
- Ele fala de mais e age de menos – Demi disse – Mas quando ele age... Uau.
- Fico feliz por você, finalmente Demetria Lovato deixou de ser bv – disse e ela corou.
- Ei! Eu não era bv antes do Alex, okay? – ela disse defensiva.
- Okay, nova pegadora da cidade.
 Assim que chegamos à escola que não era tão longe dali, ficamos estudando juntas, até o sinal tocar e irmos para sala.
- Olha eu não estou conseguindo estudar porque o Alex fala de mais e age de menos fica nos encarando em cinco e cinco minutos – disse sem tirar a atenção do livro.
- Você acha que eu deva ir falar com ele? – Demi perguntou, a encarei e vi que ela o encarava.
- Sei lá, não fui eu quem ele tirou o bv – disse sorrindo, Demi revirou os olhos – Vai lá, Demi, sei que você quer ir.
- Não, li em uma revista que para um cara ficar caidinho por você, você tem que se fazer de difícil – ela disse convicta, levantou-se e encarou-me – Vamos para sala, temos uma prova agora.
...

 Eu e Demi sempre sentávamos perto uma da outra, ela sentava na penúltima carteira e eu logo atrás dela, na ultima.
- Alex me chamou para outro encontro hoje, o segundo, acho que isso vai virar namoro – ela sussurrou virando-se para encarar-me.
- Legal  – sussurrei batendo a caneta da carteira.
- Você ta bem, (SeuNome)? – Demi perguntou virando-se para olhar-me.
- Estou sim, só estou nervosa – respondi, mas na verdade eu não estava bem, eu meio que estava adivinhando o que estava para acontecer. A porta abriu e o professor Jones entrou seguindo pelo o Diretor Harper.
- Srta. (SeuNome) Forman? – o Diretor anunciou, olhei para Demi que parecia mais confusa que eu.
- Sim? – disse levantando-me, ele olhou-me, seu olhar de compaixão, as sobrancelhas baixas como se estivesse dizendo ‘eu sinto muito’.
- Você pode me acompanhar? – ele disse, assenti e olhei para Demi, andei em direção a porta seguida por ele. O Diretor Harper pediu para que eu sentasse em um banco que ficava perto da sala de aula, logo fiz o que ele havia pedido e o vi sentar-se ao meu lado.
- Houve um acidente... – você já deve imaginar o que ele disse. Houve um acidente... Um homem dormiu ao volante... Perdeu o controle... Sua mãe morreu na hora... Eu sinto muito.
 Lembro-me que na hora eu não esbocei nenhuma reação, só fiquei encarando o quadro de recados pregado na parede a minha frente.
- Você quer ir embora? – o Diretor perguntou, minha garganta estava seca demais para falar alguma coisa, então apenas assenti com a cabeça. – Você que eu a acompanhe até em casa?
- N... Não – disse e levantei.
- Srta. Forman... – Ele começou, porem eu já estava andando em direção a saída da escola.
...

 O homem havia dormido ao volante, mamãe estava saindo do estacionamento de uma loja, o impacto foi bem ao lado do motorista, ela morreu na hora, não deu nem tempo de leva-la ao hospital, foi instantâneo.  
- (SeuNome)? – era Demi, eu estava sentada na cama encarando a janela. – Eu vim assim que soube.
- Ela falou que iríamos viajar para Florida semana que vem – disse sem olhar para Demi – Ainda vamos não é?
- (SeuNome)... – Demi começou, outra coisa engraçada sobre mim, eu nunca consigo chorar baixinho como as outras pessoas, quando eu choro tenho que fazer algo, quebrar algo. Mas não tinha nada para quebrar, então eu apenas abracei Demi e comecei a chorar.
 Demi me levou para sua casa e eu passei o dia todo lá, minha casa estava cheia de pessoas que mal conheciam minha mãe, que nem falavam com ela, querendo consolar meu pai, ou melhor, o dinheiro dele.
- Você vai ficar bem, eu sei disso – Demi disse oferecendo-me um copo de suco. – Sabe por quê? Porque eu vou esta aqui ao seu lado, até tudo isso passar.
- E o seu encontro? – perguntei olhando-a.
- Alex vai entender – ela disse dando de ombros – Amigas antes de tudo, lembra?
- Você não tem que fazer isso.
- Sabemos onde essa conversa vai parar, (SeuNome) – ela disse pegando em meu rosto.
- Obrigada – disse forçando um sorriso, ela apenas balançou a cabeça e sentou-se ao meu lado, e ficamos lá, assistindo uma coisa qualquer na TV enquanto ela passava a mão em meus cabelos.

"Eu sinto muito pela demora, minha rotina anda uma loucura ultimamente, mas finalmente achei um tempinho para postar, sei que esse capitulo foi meio bleh, mas prometo que os próximos flashbacks serão melhores, vamos ver uma (s/n) e Demi mais jovens na faculdade e tal, enfim, espero que tenham gostado e ate breve"

15 de out. de 2014

2.

"Now I know who you are, you got nothin' on me, I see I should've known it from the start" - U Got Nothing' On Me.

2014.
 Foi dirigindo que me permiti chorar, desde que tinha recebido o telefonema até agora eu não tinha chorado. Eu sempre fui boa em esconder sentimentos, mas ali, sozinha eu deixei que as lágrimas saíssem. Não só a minha esposa que estava em coma, como a minha melhor amiga estava. E a culpa era minha, a culpa do acidente era minha, Demi estava naquele maldito hospital com apenas quarenta por cento de chances de sobreviver por minha causa.
 Eram duas da manhã, Eddie conseguiu me convencer que era melhor eu ir dormir um pouco, já que eu estava ali desde que Demi foi internada. Assim que entrei naquela enorme mansão, me perguntei por que morávamos ali, eu e Demi vivíamos tão felizes naquele pequeno apartamento que tínhamos no Brooklyn. Joguei a bolsa e o casaco no sofá, então reparei nas malas que estavam bem perto da porta, com certeza eram dos pais de Demi, subi para o quarto, a porta do guarda-roupa ainda estava aberta, tudo da mesma maneira que eu deixei, que ela deixou. Fui imediatamente para o banheiro e abri o chuveiro, deixando a água cair, não me importava se estava com roupa, fiquei debaixo do chuveiro por bastante tempo. Joguei a roupa no cesto de roupa suja e tratei de vestir uma limpa e seca, eu iria comer e voltar para o hospital, não estava com sono. Desci e fui para cozinha, coloquei um resto de lasanha do dia anterior no microondas e peguei uma latinha de refrigerante, foi quando ouvi alguém abrir a porta e por um segundo pensei que fosse Demi adentrando naquela cobertura com um sorriso no rosto, iríamos comer o resto da lasanha e conversar sobre nosso dia como fazíamos antes do meu trabalho com meu pai, antes das minhas traições, antes das nossas brigas constantes. Mas assim que fui até a sala, vi que eram Dallas, Madison e Miley. Voltei para cozinha, peguei a lasanha e o refrigerante, então voltei para sala.
- Onde fica os quartos? – Dallas perguntou fria.
- Segunda porta a direita – respondi da mesma forma fria que ela perguntou. – Os outros ficam na terceira e quarta porta a esquerda.
 Então as três pegaram as malas e levaram para cima, se eu fosse ficar aqui o dia inteiro não saberia como iria ser a convivência com todos da família de Demi. Escutei o celular tocar, fui logo atendendo sem ver quem ligava, poderia ser Eddie ou Dianna com notícias de Demi.
- Pronto – falei já me preparando para o pior.
- (SeuNome) – Era Lilian, respirei fundo e fui até a cozinha.
- O que você quer, Lilian? – perguntei sem nenhum paciência.
- Soube do acidente com Demetria e sinto muito, espero que ela esteja bem – ela disse e eu não deixei de dá uma risada irônica, ela sente muito? Tá bom.
- Obrigada pela preocupação – respondi querendo encerrar o assunto.
- Você quer que eu vá até ai? Posso te ajudar – ela disse com aquele tom de voz, revirei os  olhos e bufei.
- Não obrigada, eu estou bem – disse – Agora tenho que ir.
 E antes mesmo dela dizer "tchau" eu desliguei, não estava com cabeça para nada, pelo menos não hoje. Voltei para sala e lá estavam Dallas e Miley sussurrando uma para a outra, sentei-me no sofá e liguei a TV.
- Madison está dormindo lá em cima – Dallas disse, apenas assenti sem tirar os olhos da TV.
- Espero que não traga nenhuma de suas amantes para cá, pelo menos não hoje, com Madison dormindo lá em cima e Demi... – Miley quem falou, ela fez uma pausa – Em coma.
- Não se preocupe, já não trago-as para cá, há um lugar específico para elas – tirei a atenção da TV, para vê-la ficar vermelha de raiva e assim Miley se encontrava.
- Pode aproveitar, porque quando Demi acordar, você nunca mais vai vê-la – Miley disse.
- Porque? Você vai prendê-la e obrigá-la a casar com você? – disse com um sorrisinho provocativo, Miley deu alguns passos para frente, Dallas não conseguiu segurá-la a tempo e eu apenas senti seu punho em minha boca, junto com o gosto de ferro. Sim, Miley tinha dando-me um soco e sim, eu mereci. Não por ter provocado-a e sim por ter feito Demi de palhaça todos esses anos.

- Não sei como Demi conseguiu ficar com você todo esse tempo – e assim saiu batendo a porta. Passei os dedos em meus lábios, o lábio inferior estava cortado, olhei para Dallas, mas ela não estava mais lá. Andei até a cozinha, peguei um pano, pressionando contra minha boca. Foi então que começou, primeiro com um grito, logo depois com alguns pratos em cima da pia espatifando-se no chão. Os soluços juntaram-se com as coisas que caíam no chão e se desfaziam em pedaços. E ali com o chão cheio de pedaços de porcelanas, eu chorei como nunca havia chorado na vida.

"Mais um capitulo, bem, como disse anteriormente vimos um pouco - pouco mesmo - da (s/n), claro que iremos vê-la de duas maneiras. Quero saber o que vocês acharam dessa (s/n) desse capitulo, enfim, próximo capitulo vamos ter um flashback muito triste na vida da (s/n), espero que tenham gostado e ate breve"

11 de out. de 2014

1.

"We're only lost children, trying to find a friend, trying to find our way back home" - Two Pieces. 

1994.
 Nos conhecemos quando tínhamos oito anos, bem, eu tinha e ela ainda tinha sete. Eu amava pintar, já mostrava meu grande talento naquela época, claro que eu não mostrava a ninguém naquele tempo, apenas para mamãe e futuramente para ela. Uma coisa estranha sobre mim naquela época era que eu não gostava de desenhar em folhas de papel, gostava de desenhar nas paredes, no chão, em móveis, tudo menos papel, talvez porque queria que todos vissem meus desenhos.
 Eu estava muito triste porque meu melhor amigo, Louis, tinha se mudado, eu não tinha nenhum amigo além dele, então eu peguei alguns dos meus giz que vivia em minha bolsa e decidi desenhar na calçada em frente a minha casa. Era um final de semana e eu estava desenhando coisas aleatórias, coisas que me lembravam Louis.
- E feio riscar o chão – ouvi e assim que levantei a cabeça, lá estava ela com uma blusa rosa, shorts e um rabo de cavalo.
- E o que você tem haver com isso? – disse irritada, ela arregalou os olhos.
- Sua mãe não te deu educação, não é? – ela disse cruzando os braços.
- Sai daqui, baixinha – disse voltando a desenhar.
- Eu não sou baixinha, aposto que sou mais alta que você – ela disse, suspirei e voltei a olhá-la.
- E eu aposto que não – disse e levantei-me, ficamos frente a frente. – Tá vendo, sou mais alta que você.
- Sorte – ela disse e olhou para o chão. – O que você ta fazendo?
- Desenhando, não esta vendo? – disse sentando-me novamente na calçada e voltando a desenhar.
- Desenhando o que? – ela perguntou e percebi que a garotinha estava sentada ao meu lado.
- Sabia que é feio fazer perguntas demais – disse fazendo uma voz fina igual à dela.
- Não é não, mamãe disse que é sempre bom fazer perguntas – ela disse – E então, o que você esta desenhando?
- Algo para meu melhor amigo, ele se mudou semana passada – disse enquanto rabiscava o chão – Ele morava naquela casa ali.
- Na minha casa? – ela perguntou e eu a encarei rapidamente, levantei-me rapidamente furiosa.
- Então você é a garota que expulsou o Louis daqui!
- Eu não expulsei ninguém! – ela disse levantando-se também – Você é muito mal educada e eu não gosto de ter amigas mal educada, então não quero ser sua amiga.
- Eu também nem queria, você é muito chorona – disse cruzando os braços e então ela mostrou a língua para mim, deu meia volta e seguiu em direção ao sua casa.
 Eu perguntei a mamãe sobre os novos vizinhos e descobri que eram os Lovato. Perguntei se eles tinham filhos e ela me respondeu que havia duas, Dallas e a Demetria, claro que eu não sabia quem era a garotinha irritante que falou comigo mais cedo, então depois de me responder, mamãe disse.
- Você vai conhecê-los, eles vão jantar aqui amanhã.
 No dia do jantar logo reconheci a garotinha irritante do outro dia, ela se chamava Demetria. Mamãe me perguntou se eu já a conhecia, porém eu disse que tinha visto-a uma vez. 
...
 Antes de ir para meu primeiro dia de aula, mamãe me pediu para ser gentil com as garotas, mostrar a escola para elas, basicamente ser amiga das duas, pelo menos ate o dia acabar. Não gostei muito porque eu gostava de ficar sozinha, meu único amigo era Louis e ele havia se mudado, então não queria ter mais outro amigo. Quando cheguei à escola a primeira pessoa que vi foi Demi, ela parecia perdida, pensei em ir até lá, porém o sinal já tinha tocado então tive que ir para sala. Não tive nenhuma aula com Demi e muito menos com Dallas, quando chegou o intervalo eu já estava convencida que era melhor as coisas ficarem do jeito que estava, não eramos amigas antes e não iriamos ser agora.
 Eu estava no refeitório vendo algumas revistas sobre quadros, pinturas, desenhos, esculturas, etc, foi quando avistei Demi sentada sozinha, olhei a procura de Dallas e a vi em uma mesa com outras meninas, Demi parecia triste e quem não ficaria? Sua irmã devia está ao seu lado, não ao lado de garotas que ela acabou de conhecer. Então eu peguei minha bandeja e fui até a mesa onde Demi estava sentada, assim que me viu parada ao seu lado, ela fez uma cara confusa.
- Posso sentar? – perguntei sorrindo gentilmente.
- Ah sim – ela respondeu e assim fiz, Demi ficou encarando sua bandeja por alguns minutos até eu tomar coragem e conversar.
- Minha mãe pediu para eu ser gentil com você – disse e ela olhou-me – Com sua irma também, ela também pediu para que eu fosse sua amiga, bem, pelo menos até o dia acabar.
- Você devia ter escondido essa parte – ela disse não em um tom divertido.
- Eu e minha boca grande – disse e por um momento eu a vi sorrir. – Mas então, você quer ajuda com algo?
- Eu me viro – ela respondeu mal humorada.
- Olha, eu e você sabemos que não somos amigas e talvez nunca vamos ser, mas se eu fosse você não jogaria essa chance fora.
- Chance de ser sua amiga?
- De conhecer alguém nessa escola – disse e ela mordeu o lábio. Pedi seu horário de aulas e descobri que tínhamos duas aulas juntas. Fomos para sala de aula juntas e foi assim o dia inteiro, quando percebi já tínhamos nossas próprias piadas e próprios apelidos.
- Você vai embora com sua irmã? – perguntei enquanto caminhávamos em direção a saída.
- Não, Dallas está ocupada demais com suas novas amigas.
- Quer uma carona? – perguntei.
- Carona? De quê?
- Bicicleta – respondi, Demi foi de bicicleta comigo naquele dia e foi assim até entrarmos no ensino médio onde ganhei meu carro.
 Demi passou o dia todo na minha casa, ficamos desenhando, pintando e toda fez que chegávamos juntas da escola íamos para casa uma da outra. E eu sempre agradecia a minha mãe por ter pedido para que eu fosse "amiga" da Demi, ate alguns anos eu agradecia, mas parei, talvez fosse por isso que nosso relacionamento começou a afundar. 


"Primeiro capitulo e primeiro flashback, sei que foi chatinho, mas prometo que o próximo não sera assim, pelo contrario... Enfim, espero que vocês estejam ansiosas com esse imagine assim como eu, estou gostando demais de escreve-lo e estou ansiosa para ver a reação de vocês de acordo com cada capitulo, bem, me desculpem por qualquer erro acima, não tive tempo de revisa-lo e a internet não ajuda muito, ate mais e prometo não demorar para postar próximo.
~momento spoiler~ 
Proximo capitulo iremos conhecer um pouco mais sobre a (s/n)..." 

6 de out. de 2014

Prologo.

 Nunca gostei de hospitais, aquele clima pesado, aquelas velhas sempre falando sobre doença, alguém recebendo a notícia de que algum parente morreu. Aquele não era meu lugar favorito, mas eu precisava ficar ali, pelo menos pra mostrar a todos que eu era uma esposa responsável, pelo menos tentar ser uma esposa responsável. Fui acordada com passos apressados, porém não era apenas um.
- Onde esta minha filha? – ela perguntou e eu pude perceber que sua voz estava falhando, levantei a cabeça rapidamente.
- Está na sala de cirurgia – minha voz mal saiu, ela deu alguns passos em minha direção e com todo aquele rancor que sentia por mim disse.
- O que você fez dessa vez? – engoli o seco, não queria responder essa pergunta, na verdade eu estava evitando-a.
- Nada – respondi em um sussurro, ela deu um sorriso irônico, então vi uma mão em seu ombro.
- Dianna – Eddie disse olhando-a, não que ele me amasse, ele só queria que todos estivessem calmos no momento como aquele.
 Dianna e Eddie saíram, indo até o balcão de informações, pude ver quem estava com eles, Dallas e Madison suas irmãs e Miley, sua melhor amiga. Eu sabia que todos estavam ali pensando que a culpa era minha, que eu tinha causado o acidente, nenhum gostava de mim mesmo, estavam ali para saber como ela estava.
- Você é a parceira da srta. Demetria? – ouvi o doutor falar, corri até ele e logo confirmei.
- Sim, aconteceu alguma coisa? – perguntei aflita, ele olhou-me por cima dos óculos, então eu já esperava o que aconteceria depois.
- A senhorita D... – o médico começou porém foi interrompido por Dianna.
- Diga que minha filha está bem, doutor, eu lhe imploro – ela disse enquanto deixava as lágrimas saírem igual a jatos de água. O médico arqueou as sobrancelhas e olhou-me como estivesse perguntando-me quem era essa mulher.
- Ah esses são Dianna e Eddie, pais de Demetria – os apresentei e logo o médico os cumprimentou com um aperto de mão.
- Então, qual é a situação de Demetria? – Eddie perguntou calmo, mas percebi o quanto ele estava aflito em saber a resposta.
- Bem, vou ser curto e grosso – ele disse – A situação da sua filha é precária, durante a cirurgia ela teve duas paradas cardíacas, a cirurgia na costela ocorreu tudo bem, porém não posso dizer o mesmo na cabeça, o acidente causou um grande estrago. A senhorita Demetria tem quarenta por cento de chances de sobreviver...
 Parei de ouvir quando o médico disse quarenta por cento de sobreviver, ela só tinha isso? Quarenta por cento? Não pode ser, ele deve está brincando comigo.
- A senhorita está bem? – o ouvi perguntar e percebi que todos me olhavam atentos, eu estava com as mãos apoiadas na parede e ofegante.
- Sim, estou sim – pronunciei a palavras com dificuldade.
- Qualquer informação venho ou mando alguém avisá-los, certo?
- Certo – Eddie respondeu e logo o médico se foi, eu estava me sentindo... Eu estava sentindo algo ruim e não sabia o que era. Dianna chorava abraçada a Eddie, enquanto Dallas, Madison e Miley consolavam uma as outras. Eu precisava pegar um pouco de ar, deixei apenas meu casaco como uma forma de dizê-los que não iria embora tão cedo, peguei a bolsa e fui até ao jardim do hospital.
 Fui até a lanchonete do hospital escolhi uma mesa afastada das outras e comprei apenas uma garrafa de água. Aproveitei e peguei o celular, uma chamada não atendida de meu pai e uma mensagem de Lilian.
 Dizia o seguinte:
"Pensei que iríamos nos encontrar hoje, está tentando despistar a trouxa da sua mulherzinha? To te esperando"
Assim que vi aquela mensagem, a cena veio em minha mente.

24 horas antes.
- TROUXA? ISSO JÁ PASSOU DOS LIMITES! – Demi gritou enquanto jogava meu celular no chão.
- Porque diabos você esta gritando? – falei tentando manter a calma, Demi jogou a cabeça pra trás e colocou as mãos na cintura.
- VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA?! EU SEI O QUE VOCÊ FAZ QUANDO CHEGA TARDE EM CASA E EU VEJO O JEITO QUE AQUELA SUA SECRETARIA OLHA PARA VOCÊ, VOCÊ REALMENTE ACHA QUE EU NÃO VEJO?! POIS EU VEJO SIM, (SEUNOME), E EU TO CANSADA DE SER A TROUXA DESSA HISTÓRIA!
 Ela foi até o closet e pegou uma enorme mala, começou a pegar as roupas que vinha pela frente, fui até ela e segurei seus braços com força, seus olhos estavam vermelhos e havia lágrimas descendo pela sua bochecha.
- Pare de ser idiota e desfaça essas malas, Demetria – disse ríspida, ela puxou seus braços com força.
- Você não vai fazer isso comigo novamente – e assim pegou a única mala e saiu, bufei e sentei na cama. Como a Lilian foi fazer isso? Mandar uma mensagem pra mim, ela sabe que Demi vive mexendo em meu celular, eu já tinha comprado um celular apenas para Lilian me mandar mensagens.
 Tentei não pensar em Demi, mas o que eu podia fazer? Nem prestando atenção na TV eu estava, tentei ligar para o seu celular porém ninguém atendia. Demi nunca teve uma "crise" dessas.
 Já eram duas da manhã e eu estava acabando com minhas unhas de tanto roer, foi quando meu celular tocou e tinha a foto da Demi.
- Finalmente! – disse aliviada.
- Desculpe senhora, mas queria saber se você é parente de uma senhorita chamada Demetria?
- Sim, por quê?
- Porque ela acabou de sofrer um acidente...
 Eu tenho essa mania de não escutar tudo até o final. Quando dei por mim já estava na ponte onde Demi sofreu o acidente, a parte da frente do carro estava todo destroçado, também havia um caminhão. Pelo o que o motorista do caminhão contou aos polícias, que me falaram, o caminhão do mesmo homem que me ligou estava parado, ele tinha indo fazer suas "necessidades", e quando ia voltando viu o carro de Demi batendo na traseira do caminhão, destroçado o carro, parece que Demi não estava com o cinto e foi arremessada para frente.
 Quando cheguei ao hospital tinha obrigado os médicos fazerem a cirurgia nela, demorou algumas horas. Liguei para Dianna e Eddie dizendo sobre o acidente, ela gritou dizendo que a culpa era toda minha, depois Eddie pegou o telefone de suas mãos e me ouviu calmamente. 

 E aqui estou em uma lanchonete de um hospital, esperando que os quarenta por cento seja o suficiente para ajudá-la.

"Aí está, não tive tempo de fazer sinopse e personagens porque estou sem notebook :( estou postando pelo computador de um amigo, estou animada com esse imagine, como disse antes o imagine vai se passar entre o passado e o presente, espero que gostem, besitos e até mais"